Exposição Fotográfica “Salkantay em Foco: Uma Jornada até Machu Picchu”

Há viagens que não se medem em quilômetros, mas em olhares. Em abril de 2025, um grupo de alunos de fotografia partiu em direção aos Andes peruanos com o desejo de aprender técnicas, mas também de se encontrar consigo mesmos. Foram cinco dias de caminhada pela trilha Salkantay, passando por montanhas nevadas, lagunas cristalinas e vilarejos que guardam tradições ancestrais. Cada passo foi também um clique, cada respiração uma tentativa de traduzir em imagem aquilo que escapa às palavras.

A exposição “Salkantay em Foco” nasce desse encontro entre aventura e contemplação. Formamos um mosaico de fotografias que não apenas registram paisagens, mas revelam a intensidade da experiência: o frio cortante das manhãs na serra, a hospitalidade silenciosa de comunidades andinas, o peso e a leveza de caminhar rumo a Machu Picchu, a cidade que há séculos desperta o imaginário do mundo.

A fotografia, aqui, não é simples documento. Ela se torna espelho e metáfora. Espelho, porque reflete o olhar individual de cada viajante, suas escolhas, seus silêncios. Metáfora, porque sugere que todo caminho é também interno, que a busca pela imagem perfeita é uma forma de buscar sentido, harmonia e beleza no meio do caos da vida.

Conduzidos pelos fotógrafos Leonardo Valerio e Leonardo Dalligna, os participantes experimentaram a fotografia não como técnica isolada, mas como linguagem viva, capaz de unir cultura, natureza e emoção. O resultado é um misto de narrativas visuais que convida o visitante da exposição a refazer, com os olhos, o mesmo trajeto percorrido pelos pés.

Celebrar o Dia Internacional da Fotografia com esta mostra é também afirmar que a fotografia continua sendo uma das formas mais humanas de resistência ao esquecimento. Cada imagem é um fragmento preservado contra o tempo, uma tentativa de eternizar não só o que foi visto, mas sobretudo o que foi sentido.

Visitar “Salkantay em Foco” é mais do que apreciar belas imagens: é deixar-se atravessar por elas, permitir que cada montanha, cada rosto e cada paisagem ecoe dentro de nós. É um convite à viagem — mesmo estando parado — e uma celebração da arte como ponte entre mundos, culturas e pessoas.